Somente Pensamentos

Esse ensaio para a cegueira é o que percebo todos os dias, por onde caminho, quando observo e quando escuto, sei dizer pois, sou um deles, mesmo tentando não ser. Tudo que percebo é aquele egoísmo do bem próprio sustentável. Uma roda que permanece presa como num moinho sempre em círculos, caminhadas pesadas e lentas para um fim que já se repete há tempos. Não entendo isso tudo, o que acontece com esse desejo de conforto sobressaindo entre todas as outras coisas, frases como:
Eu mereço beber, pois venci, eu mereço beber, pois perdi;
Eu mereço comprar uma roupa nova, pois a minha velha, mesmo sendo usável aparenta não ser mais digna de mim, eles sempre dizem isso;
Essa voracidade de meus desejos alheios, essa inveja comum a todos, que nos faz só desejar o que é do outro, parecendo um jogo criado por eles;
Tantas noticias que são sobre a nossa saúde, mas realmente se deve acreditar, parece que estão me induzindo a fazer aquilo para ser “um aquilo” melhor;
Escuto as pessoas dizerem que gostariam de uma vida estabilizada, mas o que seria isso? Eu só vejo por ai que uma vida estabilizada é um bom emprego, depois uma família e depois não sei mais, mas o que é bom nisso tudo?
As pessoas, “eu”, estão tão cheias de coisas ditas por “eles”, que começo a ver que mesmo cego de um olho, para poder entender isso tudo, ainda acredito que não valha a pena entender...
O que realmente as pessoas querem, com isso tudo? Será que ninguém enxerga o que “eles”, estão a fazer conosco?
Será que essa vida de ignorância e falsa felicidade é merecida de se viver? Pergunto-lhes?
Sei que o importante é a felicidade de cada um, independente de qual ela seja, menos aquela que agride ou machuca o outro, mas será que estamos felizes com isso?
O que você quer para você? Uma casa e depois família?
Eu não entendo...